sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Eu aceito meus “pontos mortos”: reflexões para amar a si mesmo



Eu aceito meus pontos mortos, minhas inúmeras dificuldades de lidar com minhas energias densas, os desequilíbrios que me inquietam. Aprendendo, no entanto, a não responsabilizar pessoas ou circunstâncias pelas minhas feridas emocionais. Elas me lembram por que estou aqui.

Eu aceito o fato de que pessoas vão me ferir, assim como eu também firo pessoas; isso não significa que não as respeite no direito de serem como são. Eu me aceito, aprendendo, no entanto, a não permitir que instantes se eternizem como fotografias velhas no tempo e na memória. As pessoas mudam, assim como eu também mudo. A vida é constante impermanência.

Eu aceito que pessoas não gostem de mim, que sintam aversão pela minha presença; eu também tenho dificuldades em sintonizar-me com todas elas. Eu me aceito, aprendendo, porém, que afinidades são conquistas da alma a exigirem perdão incondicional na infindável esteira do tempo e das oportunidades.

Eu aceito que às vezes, pela lei do retorno, tenho que suportar a presença indesejável à minha alma de parceiros em convivência difícil, sobretudo no trabalho; o outro também precisa me suportar. Eu me aceito, aprendendo, entretanto que a tolerância é um dos mecanismos divino de abertura das portas do coração.

Eu aceito a família que tenho, nas condições em que se apresenta ao meu convívio como primeira escola de aprendizagens da alma, de reabilitação de nossas transgressões, assim como, de laços afetivos em apoio mútuo. Eu me aceito, aprendendo que a Lei Divina determina a responsabilizar-me pelo que cativo, planto e colho, seja dor ou  amor. 

Eu aceito que Deus me colocou no lugar certo, com as pessoas certas, adequadas às minhas necessidades espirituais e que não me cabe fugir ao fluxo da vida, aos deveres a mim impostos frente aos desígnios superiores. Eu me aceito, aprendendo que meus parceiros de jornada, no círculo da fé, são frutos das construções reencarnatórias das quais fui responsável também pela desarmonia estabelecida e que me cabe o esforço pessoal na restauração por meio do serviço no bem.

Eu aceito as experiências da vida, no planeta em que habito, com todas as variações de cor existencial característica de seus habitantes em permanente ciclo provacional e ascendente rumo ao vir a ser. Eu me aceito, aprendendo que nossa fatalidade é a felicidade após a marcha ascensional realizada em busca da plenitude.

Eu aceito meus pontos mortos que frustram meu Espírito. Eu me aceito, lembrando que a metamorfose da borboleta se dá após longo processo de permanência no casulo.  Assim, a vida na Terra é o nosso abençoado processo de criar asas. Abençoemos, portanto, os desencantos que, provisoriamente, traumatizam nossas almas, pois nos preparam o voo livre para a angelitude.

Andradina, 09 de setembro de 2019.

                                                                                                                            Célia Firmino

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